"Não sei, só sei que foi assim" (CHICÓ, 2000)

Com o Bruno não sei, mas foi assim: conversamos pouco antes de me encontrar com essa coisa pálida de 1,74m. Confesso, no começo era um pouco de "não estou fazendo nada, vou lá". Mas foi já na primeira hora de conversa que percebi que cai numa armadilha que me encontro presa até os dias atuais. 

Bruno é do tipo que valoriza o tempo. E ele ama oferecendo o tempo dele. Quando ele decide estar com você, ele se faz presente com corpo, mente e alma.

Bruno também é geminiano, isso faz dele sincero. Sincero e palestrinha. Isso também faz com que ele goste de rotina até não gostar mais. Faz ele gostar de novidades até não gostar mais. 

A cor favorita dele é vermelha, mas só é uma informação aleatória que guardo porque ele jamais gostaria de um objeto nessa cor. Objetos pra ele quanto menos sem cor (e sem vida) melhor.

O esporte favorito dele é reclamar e o hobby é qualquer joguinho online (ora complexos, ora idiotas demais).

Fazer ele feliz é deixar ele reclamando de qualquer coisa, jogando Naruto e comendo pizza com coca-cola.

Bruno tem um telefone moderno, mas só funciona a função ligar. Um desencontro que vamos resolvendo como dá, já que o meu só funciona o chat. 

E falar em resolvendo como dá, eu trouxe da praia uma concha que dei pra ele de presente que ele facilmente jogaria fora. Mas acho que toda vez (das poucas vezes) que ele vai limpar a cômoda onde ela se encontra ele só não a joga fora porque reflete: " ela viajou 3500km com esse lixo, pode ser importante pra ela".

Bruno cuida de mim: às vezes de modo inconsciente, outras se esforçando muito. Ele diz "bora" pra todo convite que faço, mesmo ele odiando todos. Se chamo pra ir ver o pôr do sol, seus ouvidos sangram e ele diz "não". O "não" dura por algumas horas até ele dizer: "você já tá pronta? A gente vai atrasar".

Sobre atrasos, Bruno é extremamente pontual e vivo num regime militar. Isso vale principalmente quando se fala em horário de almoço, mas não se aplica para horário de acordar ou algum compromisso com minha família.

Todos os pecados do Bruno são perdoados quando se fala em como ele é maravilhoso em ser pai, filho, irmão. Nessa ordem.

E não sei como ele se tornou o meu par romântico mais leve, divertido, libertador e que meu coração mais amou em toda a minha vida. Só sei que foi assim.