Este texto não é sobre você. Não é sobre seu jeito carinhoso e filosófico. Não é sobre minha obsessão em você. Este texto não é pra falar sobre meu desejo de ser a pessoa ideal, nem como a paixão me atravessou como um trem desgovernado. Não é sobre seus quase 1,89 de sol e nem sobre como penso em ser sua. Tampouco é sobre querer voltar no tempo pra fazer do jeito certo, eu fiz certo. Não, não! Não desta vez. Não vou escrever que penso em você quando ouço "Qualquer coisa" de Clarice Falcão, já não quero ser qualquer coisa na sua vida. Hoje, este texto não é pra falar de como tento prestar atenção no que diz ao mesmo tempo que tento decorar cada pinta e marca que você carrega. Desta vez é pra falar sobre como não daria certo e de como seria doentio passar os dias provando que sou ideal. Eu sou ideal. Hoje é sobre como eu deixaria de ser quem eu sou e de como me sentiria sempre insuficiente. Não sou assim. Sim, estou bem como estou. Posso lidar com isso. Hoje é sobre como não me sinto e sinto muito. "Das coisas que gosto você é a que menos gosto de gostar". Não, eu não gosto de você. Não hoje.
Às vezes ele me chama de pequena
E me sinto totalmente sem jeito
Perdida num vácuo físico
Às vezes me envolvo em seus braços
E vejo: não há vazio ali
Às vezes gosto dele
E me deixo ouvir o que ele fala
Eu falo também
E ele me ouve
Me responde
Me tratando como grande
E me chamando de pequena
Naquele carinho
Naquele afeto
E às vezes gosto tanto dele
E que ele me chame assim
"Tá por ai, pequena?"
Tô sim.
A previsão astrológica para essa semana revela que é um período de certa incoerência e contradição: dias em que se quer fazer alguma coisa e nossas atitudes apontam para caminhos contrários. O conselho é pegar mais leve com a autocrítica, não exatamente ser condescendente, mas deixar de ser crítica comigo e com os outros. Essa semana não seria uma boa hora para iniciar coisas. A verdade é que nasci em um período assim e permaneço nele desde então: minhas atitudes nunca são coerentes com o que planejo para a minha vida. O histórico de autossabotagem é realmente assombroso. A compulsão por escrever se tornou patológica quando percebi que é a forma mais ingênua e simples de me calar e de me deixar em paz. Há quem diz que se as libélulas se mostram para você, é sinal de que você precisa desacelerar e começar a interpretar as suas emoções de forma mais leve. A Libélula Esquisita nada mais é do que uma forma de me justificar para mim mesma, de registrar memórias, cicatrizar, falar sobre vivências, sobrevivências e de coisas que não sei e que não vivi e sobretudo: de me perdoar.
"Voltei, quer vocês queiram, quer não".
Explico. Em 06 de fevereiro de 2014 postei minha despedida desse fatídico blog. Escrevi:
"Palavras. Pralavas. Pra lavas.
Dos poucos leitores que me acompanham, acompanhavam ou pretendiam me acompanhar trago notícias novas. Se boas ou ruins, deixo-me julgar por outrem. O R.G (Rascunhos de Guardanapos) estagnará os registros gerais. É certo que se uma vez me expliquei do porquê de escrever em um blog, acho válido esclarecer do porquê não escrever mais em um blog.
Começo me escusando daqueles que outrora achou tudo isso interessante. (...)
O problema mesmo é a Crise Agravada de Enxaqueca Agudamente Crônica. Tenho sofrido de deficiência criativa e insuficiência inspirativa avançada, além das dores de cabeça, claro. Acrescidas de incompetência relativa à planejamento diário e construção de rotina de aproveitamento de tempo. Em outras palavras, não tenho tido o tempo necessário para me dedicar ao R.G como ele merece, como mereço. Que seja.
Minha mãe me odiará por eu ter perdido tantos domingos escrevendo um monte de orações viscerais.
Mas continuo escorregadia.
Porque sou vulcão. E vulcão tem lava. E lava escorrega, queima e destrói."
Pois é. Parei mesmo. Seis fucking years. Minha mãe me odiou? Não.
Agora vejo os comentários dos leitores. Antigos leitores. Um deles escreveu:
"Não consigo crer que está parando!! Sinceramente, não deveria (...) Outrora, talvez, quem sabe, sentes saudades e volta para cá".
Um outro mais poético escreveu coisas lindas, mas aqui trago a parte que interessa:
"Entendo o porquê de você ter dado uma longa pausa nos seus escritos, mas quando tiver um tempinho, volte".
E voltei. Provavelmente não pra ficar. Vocês sabem: não é bom usar "pra sempre" e "nunca". Voltei porque preciso: há algo aqui queimando.
Explico. Em 06 de fevereiro de 2014 postei minha despedida desse fatídico blog. Escrevi:
"Palavras. Pralavas. Pra lavas.
Dos poucos leitores que me acompanham, acompanhavam ou pretendiam me acompanhar trago notícias novas. Se boas ou ruins, deixo-me julgar por outrem. O R.G (Rascunhos de Guardanapos) estagnará os registros gerais. É certo que se uma vez me expliquei do porquê de escrever em um blog, acho válido esclarecer do porquê não escrever mais em um blog.
Começo me escusando daqueles que outrora achou tudo isso interessante. (...)
O problema mesmo é a Crise Agravada de Enxaqueca Agudamente Crônica. Tenho sofrido de deficiência criativa e insuficiência inspirativa avançada, além das dores de cabeça, claro. Acrescidas de incompetência relativa à planejamento diário e construção de rotina de aproveitamento de tempo. Em outras palavras, não tenho tido o tempo necessário para me dedicar ao R.G como ele merece, como mereço. Que seja.
Minha mãe me odiará por eu ter perdido tantos domingos escrevendo um monte de orações viscerais.
Mas continuo escorregadia.
Porque sou vulcão. E vulcão tem lava. E lava escorrega, queima e destrói."
Pois é. Parei mesmo. Seis fucking years. Minha mãe me odiou? Não.
Agora vejo os comentários dos leitores. Antigos leitores. Um deles escreveu:
"Não consigo crer que está parando!! Sinceramente, não deveria (...) Outrora, talvez, quem sabe, sentes saudades e volta para cá".
Um outro mais poético escreveu coisas lindas, mas aqui trago a parte que interessa:
"Entendo o porquê de você ter dado uma longa pausa nos seus escritos, mas quando tiver um tempinho, volte".
E voltei. Provavelmente não pra ficar. Vocês sabem: não é bom usar "pra sempre" e "nunca". Voltei porque preciso: há algo aqui queimando.